sábado, 4 de setembro de 2010

TECENDO PROSAS

     Escrever em prosa é tecer linhas contínuas, organizadas em fila, querendo não pontuá-las só para vê-las subir ao infinito, cambaleando ante a brisa amanhecida em folhas de um parreiral.
     Tentar segui-las em silêncio, não um silêncio mórbido, mas um silêncio macio como quem caminha em relvas beijadas pelo orvalho das manhãs, para com os ouvidos saborear a caminhada.
     Prosear baixinho com as uvas maduras, sentir na pele seu aroma doce, cor de vinho. Permitir que o texto seja literário, posto que o não literário mesmo tecido, não consegue caminhar nesse desalinho que desenham as linhas organizadas em sequencia, com parágrafos e pontuações.
     E assim, continuadamente tranformar prosas em poesias.

Nena Sarti - agosto de 2008.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PROTESTO EM SOLO DE MÃE GENTIL

TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!

Vou agora protestar.

Nasci num estado do sul,

por lá vivi algum tempo,

depois chegou o momento,
de outra querência encontrar.

A voz do vento dizia:

Veeeeeeeeenha, veeeeeeeeenha,

veeeeeeeeeenha...

Aqui é um novo estado,

e será de seu agrado.

 
Mato Grosso do Suuuuuuuuul,

Campo grande, grande gente,

pertinho do pantanal,

onde se vive contente.

 
TÁ, TÁ, TÁ, TÁ

Logo, logo chego lá,

visto que eu avisei,

que seria um protesto,

aguarde apenas ouvindo,

que já, já eu conto o resto.

 
Minha gente que momento,

quando nesse estado pisei,

juro que sem frescura,

quase, quase desmaiei.


Para que adjetivos,

se motivo há bastante

para ver a todo instante:

araras, tuiuiús, bem-te-vis

e imenso bater de asas?


Jibóia tamanho de rio,

Sucuri que não se esquece,

tudo que é bicho aparece,

E a festa continua:

Jacaré, anta, juti,

tucano e onça pintada,

Toda essa bicharada,

É verdade que existe,

e o povo que não vê, insiste,

que nas ruas eles estão.


TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!
Aqui começa o protesto

que tanto esperavam, então...

Eles moram é no mato,

nas árvores, nos rios por toda a vida,

Aonde você já viu

bicho andando em avenidas?

 
Muitos gringos vêm pra cá

A fim é de caçar, pescar

e as espécies levar.

Para quê colecionar

a natureza no altar?

Altar esse fabricado

para bicho embalsamado,

sem nenhuma expressão!

 
TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!

Está na hora minha gente,

de lutar contra o indecente,

que possui mente doente,

e mata bicho inocente!

 
Olhem para natureza

Tudo explode em beleza,

sem pedir nada a ninguém.

Deus, o todo poderoso,

colocou-nos aqui de empréstimo,

Tudo é Dele,

nada é nosso.

Então, será que eu posso,

destruir sem perguntar?

 
Pensamentos devem ir

Além dessa pobreza,

que machuca a nobreza

de ser humano e servir.


Ainda bem que agora existem,

poetas em todo o  mundo,
que manifestam em segundos,

tornando-se eternidade:

O que queremos na verdade,

é cidadania, respeito e Paz!

E cantando é que se faz...


TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!  Protestei!






Nena Sarti – 20 de agosto de 2010.








sábado, 29 de maio de 2010

Noite Nacional da Poesia - 2007 - poema "teatro"de Claudionor (o titio) 
4º. Lugar em texto e 3º. lugar em declamação
Poetas são reflexos do bem e do mal,
potes vazios repletos de catarses,
isentos de moral.

PALAVRAS

Palavras são fontes naturais.
Nascem de entranhas celebrais,
uterinas, divinais.
São captações de poetas,
Criação de Deus,
Para espanto momentâneo
Dos homens.

ENIGMAS

O que aprendi desaprendi.

O que desaprendi entendi.

O que entendi, guardarei.

O que não entendi buscarei.
                                         Sarah 02/03/2002.

domingo, 23 de maio de 2010

Tempestade mental

As cores visuais são sonhos de amor,
Imaginação, dia normal, saudade,
sentimentos...

O vento dá ar enfeitado
a esse amor
Entregue por Deus.

A razão?
Não sei!

(Poema dos alunos do ensino médio, ministrado por Nena Sarti no 7º.Festival das Américas em Corumbá - 2010, na Praça)

Que mico!

Mi-co le-ão da ca-ra  pre-ta

Me-te a ca-ra que in-dico

Gri-ta, gri-ta, mi-co

Ex-tin-ção me in-co-mo-da

se a coi-sa fi-ca pre-ta

eu fi-co i-gual le-ão

gri-to, gri-to, fei-to mi-co

qui qui qui fei-o issss-so!

Nena Sarti
(em Bonito, MS, 2007)

O que são poemas fonéticos

As pessoas, ao falarem,emitem sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de utilizar-se desses sons na maneira de falar. Essas particularidades são estudadas na fonética.

Fomos mais além. Estudamos a fonética no poema. Como estruturá-lo. De que maneira apresentá-lo na escrita e na fala.

O trabalho é árduo, porém os resultados são magníficos.

Os bebês são poetas natos. Como não sabem ainda falar, emitem sons sugerindo, mesmo que não saibam, belos poemas naturais.