sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PROTESTO EM SOLO DE MÃE GENTIL

TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!

Vou agora protestar.

Nasci num estado do sul,

por lá vivi algum tempo,

depois chegou o momento,
de outra querência encontrar.

A voz do vento dizia:

Veeeeeeeeenha, veeeeeeeeenha,

veeeeeeeeeenha...

Aqui é um novo estado,

e será de seu agrado.

 
Mato Grosso do Suuuuuuuuul,

Campo grande, grande gente,

pertinho do pantanal,

onde se vive contente.

 
TÁ, TÁ, TÁ, TÁ

Logo, logo chego lá,

visto que eu avisei,

que seria um protesto,

aguarde apenas ouvindo,

que já, já eu conto o resto.

 
Minha gente que momento,

quando nesse estado pisei,

juro que sem frescura,

quase, quase desmaiei.


Para que adjetivos,

se motivo há bastante

para ver a todo instante:

araras, tuiuiús, bem-te-vis

e imenso bater de asas?


Jibóia tamanho de rio,

Sucuri que não se esquece,

tudo que é bicho aparece,

E a festa continua:

Jacaré, anta, juti,

tucano e onça pintada,

Toda essa bicharada,

É verdade que existe,

e o povo que não vê, insiste,

que nas ruas eles estão.


TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!
Aqui começa o protesto

que tanto esperavam, então...

Eles moram é no mato,

nas árvores, nos rios por toda a vida,

Aonde você já viu

bicho andando em avenidas?

 
Muitos gringos vêm pra cá

A fim é de caçar, pescar

e as espécies levar.

Para quê colecionar

a natureza no altar?

Altar esse fabricado

para bicho embalsamado,

sem nenhuma expressão!

 
TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!

Está na hora minha gente,

de lutar contra o indecente,

que possui mente doente,

e mata bicho inocente!

 
Olhem para natureza

Tudo explode em beleza,

sem pedir nada a ninguém.

Deus, o todo poderoso,

colocou-nos aqui de empréstimo,

Tudo é Dele,

nada é nosso.

Então, será que eu posso,

destruir sem perguntar?

 
Pensamentos devem ir

Além dessa pobreza,

que machuca a nobreza

de ser humano e servir.


Ainda bem que agora existem,

poetas em todo o  mundo,
que manifestam em segundos,

tornando-se eternidade:

O que queremos na verdade,

é cidadania, respeito e Paz!

E cantando é que se faz...


TÁ, TÁ, TÁ, TÁ!  Protestei!






Nena Sarti – 20 de agosto de 2010.